segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

É normal não conseguir adormecer. O dia conduz-me sempre em excesso de velocidade e com o cabo dos travões cortado. O sentimento de ser um estafeta de entregas urgentes, em que todas as encomendas são prioritárias. Umas em relação às outras. E urgentes. Para serem entregues ontem, sem falhas nem atrasos.

Mas o que se passou ontem à noite foi diferente. Não foi falta de sono por estar demasiado electrizado ou preocupado com o que quer que fosse.  Simplesmente não conseguia adormecer porque me apetecia escrever. Escrever só porque sim. O meu cérebro invadido por centenas de palavras soltas, vorazes, sedentas de serem agregadas em frases e acupuladas em parágrafos. Não importava o formato. 

E essa vontade sobrepôs-se à necessidade de descansar.

Lembrei-me disto. Deste espaço, onde não materializava pensamentos há mais de um ano. Falha minha.  Por falta de tempo? Talvez. Será um estado de espírito inerente aos primeiros meses do ano, aliado à vontade de querer fazer mais e melhor do que no ano anterior? Provável. Sei que esta podia ser muito bem a minha escapatória. O meu elemento diferenciador num mercado saturado de pessoas talentosas.

Afinal, o que mostro como sendo meu foi escrito por outro. A maior parte das vezes, vazio de conteúdo e fugaz de significado.

Mesmo que me ponha em bicos de pés, sinto que vou ficar sempre com a cabeça enterrada na areia. Tenho de mostrar que estou aqui, que estou vivo, que quero mais e que quero melhor. Quero que as palavras que escrevo que sejam as que estão nas ruas.


Todos me disseram que ia ser difícil. Ninguém me disse que ia ser fodido.

E é aqui que tu entras. Vais ver mais de mim este ano. 
Prometo.

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